Saiba o que é capacitismo e conheça expressões e atitudes para eliminar esse preconceito para sempre.
Todos somos iguais, mesmo com todas as nossas diferenças. Essa expressão nunca fez tanto sentido no atual momento em que vivemos, no qual não cabe mais a falta de respeito pelo jeito de ser ou pela condição da outra pessoa.
No Brasil muitas pessoas sofrem diariamente preconceitos por suas escolhas e acredite, até por suas capacidades limitadas ou reduzidas em consequência de deficiências.
Essas atitudes também ocorrem no mercado de trabalho.
Você conhece o termo Pessoa com Deficiência ou PcD?
“Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimento de médio ou longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.
Aqui, entra o capacitismo, um termo que significa discriminação de pessoas com deficiência. É sobre esse tema que este artigo fala, para que juntos possamos construir um mundo cada vez mais inclusivo e igual para todos.
O que é capacitismo?
“Nem parece que você tem deficiência” ou “Desculpa de aleijado é muleta”.
Se você já falou alguma dessas frases, você teve uma atitude capacitista. Mas o que isso quer dizer? Capacitismo é a discriminação de pessoas com deficiência.
Em outras palavras, capacitismo (ainda um termo pouco conhecido) é a forma de ver essas pessoas como não iguais ou incapazes de gerir a própria a vida. O capacitismo dificulta ou até impede que pessoas com deficiência tenham condições e oportunidades iguais aos demais.
No mercado de trabalho, segundo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), apenas 28,3% entre as pessoas com deficiência em idade para trabalhar integram a força de trabalho no Brasil.
Por isso, listamos aqui uma série de informações e dicas para orientar sobre atitudes que podem caracterizar capacitismo e quais as consequências para quem sofre e quem pratica esse ato.
CUIDADO: Quando interagir com uma pessoa com deficiência, preste atenção nos seus comportamentos e avalie se a sua atitude é de capacitismo ou de amor e respeito.
Capacitismo: palavras e atitudes que devem ser evitadas
Anteriormente já demos um exemplo de capacetismo, e agora vamos reforçar e trazer mais expressões que caracterizam essa forma de discriminação. Vamos lá?
Muitas vezes, inclusive no ambiente de trabalho, as expressões abaixo estão presentes e algumas pessoas nem sabem que são preconceituosas, pois carregam uma contextualização histórica, ou seja, ‘aprenderam’ ao longo da vida.
Conhecimento pode transformar!
Palavras como “Deficiente” ou “Portador de necessidade especial ou portador de deficiência” são termos de capacitismo, evite. O correto é Pessoa com deficiência (Pcd).
“Deu mancada”, “Está cego (a)?” ou “Está surdo (a)?” elimine do seu vocabulário, são expressões de capacitismo.
“Fingiu demência” evite, use “Se fez de desentendido”.
“Desculpa de aleijado é muleta”, sim essa frase também é um termo de capacitismo, troque por “ele(a) é preguiçoso(a).
Mais expressões de capacitismo:
- “Ficou cego de raiva”, não use! Prefira “reagiu desproporcionalmente”.
- “Virou um hospício”, termo de capacitismo, elimine do seu vocabulário. Adote “Virou uma bagunça”.
Antes de continuar, vamos fazer um exercício com você. Essa frase “o pior cego é aquele que não quer ver”, você acha que é capacitismo?
Reflita um pouco.
Mais umas expressões pra você pensar: “Parece cego em tiroteio” ou “Deu uma de joão sem braço”, “está mal das pernas”. E aí, conseguiu identificar?
Se você respondeu sim para todas, acertou. Todas essas expressões acima são termos de capacitismo e representam uma forma de discriminação para as pessoas com deficiências.
Você pode afirmar “eu sempre falei isso e nunca tive a intenção de ofender alguém”. Infelizmente, você pode ter sido preconceituoso com alguém sem perceber.
A nossa fala transmite o que pensamos, sentimos, acreditamos. Mas fique tranquilo! Esses comportamentos podem ser mudados, desde que haja consciência em relação aos sentimentos, imagens ou ideias em relação à PcDs.
Atitudes que devem ser evitadas
Já vimos que o capacitismo é uma questão comportamental, e que é preciso eliminá-lo do dia a dia de uma vez por todas.
Além das expressões, existem também atitudes que caracterizam o capacitismo. Tratar pessoas com deficiência de forma infantilizada; considerar as conquistas da pessoa como um “milagre”; ajudar a pessoa sem que isso tenha sido solicitado, são alguns exemplos do que NÃO fazer.

No final deste artigo, disponibilizamos um link para o Guia digital do Tribunal Superior do Trabalho (TST) publicado para combater o capacitismo.
Leis e punições para prática de capacitismo
Existem leis e políticas nacionais que protegem e defendem os direitos das pessoas com deficiência.
As duas leis mais importantes no Brasil são: a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) – Lei nº 13.146, de 2015;e a Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que no Brasil tem status de norma constitucional.
Em seu artigo 4º, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência reforça: “Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”.
A Lei prevê reclusão de um ano a três anos de reclusão e multa para quem praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência.
Consequências do capacitismo na vida de PcDs
O capacitismo traz consequências graves, afetando a autoestima e a qualidade de vida das pessoas com deficiência. Falta de oportunidades, tristeza, isolamento, falta de acessibilidade e desigualdades no mercado de trabalho são apenas algumas das várias barreiras que essa forma de preconceito impõe.
A luta pela igualdade de direitos e inclusão social de pessoas com deficiência começa pela atitude de respeito e empatia. Não pratique capacitismo e se você ver, ensine.
Compartilhe essas informações com seus amigos e familiares.
Levar conscientização é tornar mais forte a luta das pessoas com deficiência contra o capacitismo e a favor de uma sociedade mais inclusiva e justa para todos.
Até a próxima.
Fonte: Guia digital do Tribunal Superior do Trabalho (TST)
Acompanhe nosso blog para receber mais conteúdos.